Banda Grafith reunida no início do ano para o lançamento do Carnaval de Macau, na churrascaria. Foto: Divulgação
carnaval
de Macau custou mais de R$ 4 milhões para os cofres públicos do
Município e a “pompa” foi tamanha que houve até mesmo um almoço em uma
grande churrascaria de Natal, semanas antes do início da festa
carnavalesca, para promover o evento. O problema é que os jornalistas,
políticos e bandas convidadas não sabiam que, na verdade, estavam
ajudando a onerar os gastos do município com a Saúde Pública. Isso
mesmo. Os gastos do lançamento do Carnaval foram classificados como
despesas com a Saúde Pública Municipal.
E classificados só não. Foram também
colocados na conta dos gastos com a pasta. Afinal, os gastos estão
dentro das despesas da Secretaria Municipal de Saúde, na subfunção
Administração Geral. Segundo a Prefeitura de Macau, inclusive, o
pagamento da churrascaria para o lançamento do carnaval seria parte do
programa “Assistência Básica, Hospitalar e Ambulatorial”, uma ação
proveniente da “Manutenção das Atividades do Fundo Municipal de Saúde”.
Para se constatar isso, é fácil. Basta acessar o Portal da Transparência de Macau.
O problema é que encontrar a despesa não é tão simples. Tanto é assim
que mesmo tendo sido uma despesa registrada no dia 21 de janeiro,
somente agora foi descoberta pelo blog Macau em Pauta. O gasto de R$
7,88 mil, pago a churrascaria Sal e Brasa, está colocado dentro das
despesas da Secretaria Municipal de Saúde, sendo classificada como
“material de saúde”.
No detalhamento da despesa, a
“observação” que, finalmente, exemplifica que a despesa não tem muito a
ver com os gastos com a saúde: “Referente ao fornecimento de Mercadorias
(Refeições), destinada ao Evento de Lançamento e Apresentação do
Carnaval de Macau 2013, a Imprensa Local, da Cidade de Natal/RN”.
Isso mesmo. Em Natal. Ou seja: apesar de
representar gastos com a saúde, o pagamento da churrascaria, em evento
que contou com a presença de muitos jornalistas, políticos e atrações
musicais que se apresentariam durante o carnaval, como a banda Grafith,
representou uma despesa que não foi nem para a população macauense em
si.
E lembrar que essa confusão na despesa
vem a tona em meio a uma verdadeira crise política pela qual o prefeito
de Macau, Kerginaldo Pinto, do PMDB, atravessa, depois de exonerar mais
de 250 cargos comissionados da administração municipal para poupar os
cofres públicos. A medida extrema acabou causando insatisfação dos
vereadores da base aliada do prefeito. Muitos deles romperam com a
gestão Kerginaldo e passaram para a oposição.
Diante da pressão, o prefeito afirmou
que os cortes foram referentes às dificuldades financeiras. Segundo o
Portal da Transparência de Macau, até hoje, o Município apresenta uma
receita de R$ 38,5 milhões. Só de royalties do petróleo, foram R$ 13
milhões recebidos até o momento. Os parlamentares querem saber para onde
estão indo os recursos recebidos pela Prefeitura de Macau, já que não
há nenhuma grande obra no Município que justifique os gastos de cerca de
R$ 40 milhões recebidos no primeiro semestre.
Fonte: Jornal de Hoje
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